Tenho alguns “homens-da-minha-vida”. Sim, vocês sabem que eu não acredito na eternidade do amor romântico, mas nem é esse o caso. Eu não necessariamente amei esses caras, mas – sabe-se lá o motivo – eles têm imenso poder sobre mim.
É claro que não estou dizendo que eles mandam em mim ou coisa parecida. Mas por algum motivo inexplicado e inexplicável, eles me deixam tensa, apreensiva, excitada. São homens que já passaram pela minha vida, e toda vez que reaparecem fazem o mundo virar de cabeça para baixo. Eu não desejo ter relacionamento amoroso com nenhum deles. Ao mesmo tempo, meu coração dói ao ler um “minha namorada quer ir morar junto” ou ver um “casado” no status do Facebook. Ou saber que ele voltou a morar em Belo Horizonte. E voltou com a ex-namorada.
Vivo bem. Saio com outros, namoro outros, me apaixono por outros. Passo semanas, meses sem nem lembrar da existência deles. Mas basta uma música, um cheiro ou um link na timeline para me levar ao passado e pensar “e se?”. Aconteceu essa semana. Uma pessoa que sigo indicou o texto de um moço que há um ano e meio ocupava todos os meus pensamentos. O blog escrito com pseudônimo, mas eu stalkeei na época da paixão e descobri. De repente a coisa vem como avalanche. Lembro de mim mesma encostando a cabeça no peito dele, do beijo enlouquecedor… e de que ele não está mais na minha vida. Passo na frente do trabalho dele e penso em como gostaria de conversar, apesar de saber que só bater papo não seria suficiente.
A grande merda é a memória. Durante as semifinais da Libertadores, vi o Universidad de Chile jogando. E o moço (outro) de ombros sardentos, que morou no Chile na infância, me vêm à mente. Lembro até do cachorro dele pulando na janela do meu carro, babando tudo. Da madrugada num supermercado (?). Do pau duro e lindo. Lindo.
Hoje foi a vez do tal moço de Belo Horizonte. Fuçava uns textos antigos do Cem Homens e vi o que tem um trecho de e-mail dele. Nunca ficamos – porque ele não quis. Mas ele segurou a onda daquela noite em que me chamaram no G1 de “nova Bruna Surfistinha”. Brigamos muito mais do que fomos felizes, mas pensar nele me deixa o coração quentinho. E daí mando e-mail e ele responde. Acho que havíamos combinado de nunca mais nos falarmos.
Tenho mais dois ou três (ou mais, posso estar esquecendo de alguém) carinhas que, se minha vida fosse uma novela, me fariam correr do altar no meu próprio casamento. Fugiria. De véu, grinalda. E ele, de barba mal feita e cara de malvado, me levaria para bem longe dali.
E depois eu me arrependeria, claro. Porque com nenhum desses homens a coisa ultrapassou um flerte mais intenso. Pode até ter rolado sexo, mas não rolou romance. Talvez por eu ter gerado tanta expectativa em cima, a coisa desandou, mas deixou esse sentimento de incompletude. Como se faltasse algo. A saudade que eu sinto seria, portanto, o vazio deixado por essas coisas que não aconteceram.
Eu não sou mocinha de novela, tampouco quero me casar. Mas se quiser me roubar, eu fujo com você. Vem cá.