domingo, 5 de dezembro de 2010

Quase!

Tenho tido noites e dias tranquilos, gostosos, diferentes .... Ontem fui ao cimena, foi agradavel. E por algum tempo eu quase me esqueci de você. Tenho rido tanto, mas tanto, que quase consigo ser feliz novamente. Mas fico ali pensanndo que gostaria de te contar tudo isso... Gostaria que estivesse presente.

Hoje uma pessoa me disse que gostou da minha companhia, da minha conversa. Quem diria: alguem se sentiu empolgado com minhas palavras soltas e jogadas, as vezes até sem nexo. Mas o mais surpreendente de tudo nem é isso. A loucura mesmo é porque eu também gostei. Ele me ouviu falar de varias coisas, riu dos meus comentários bobos.. e até fingiu achar engraçado frases sarcastiscas do filme só porque eu gostei... Eu me senti bem, me senti alegre, mas ai lembrei que gostaria de me sentir assim novamente com voce, nos poucos momentos que fiquei sozinha lembrei de voce e me senti vazia novamente.

Há alguns dias fui nun bar em sampa, nun showzinho. Pra não dizer que foi bizarro, digamos que no minimo foi excentrico. Me diverti muito, estava entre amigos e rimos a noite inteira. Mas tudo o que eu queria e precisava era ir embora dali. Não porque a noite foi ruim, muito pelo contrario. Venho me enchendo de coisas por ai: baladas, amigos, bebidas, risadas, sorrisos, paqueras, olhares marcantes, poses para fumar, pessoas diferentes...e voce na minha lembrança. E nada me traz de volta aquela noite de inesquecivel prazer.

Acho que até estou conseguindo me curar de você. Sai de casa e fui ver a vida. Mas ainda queria que no final da noite fosse o seu abraço apertado me protegendo para dormir. Está melhor do que antes, as vezes por milesimos de segundos me sinto esvaziada de voce, da lembraça do seu corpo sobre o meu beijando minha nuca. Confesso que estou progredindo, já me deixei abraçar por uma outra pessoa, coisa impossivel a algum tempo atrás, mas sempre me lembro no meio de tudo isso que queria te contar: como foi o show, sobre o novo filme que assisti, sobre lugar novo que conheci, ou sobre a conversa mais que estranha com o ex-marido da Ciça Guimarães, sobre o meu dia corrido, o desfile de moda com direito a me encher com todas as patricinhas da cidade, a decepção com uma amizade, os projetos da empresa.....

Quase pego o celular por varias vezes. Quase te ligo só para conversar. Quase olho para voce e não sinto nada. Quase vejo seu nome na tela do celular tocando e não fico anciosa. Quase tento demonstrar que nada aconteceu. Quase parece que nosso contato continua o mesmo de antes de voce me envolver. Quase pergunto para a sua secretária sobre como está sua vida. Quase digo que ainda sou apaixonada por voce. Quase me esqueço de voce!

Eu achei que conforme passasse o tempo, eu achei que quando tivesse a distancia, eu achei que quando eu não ouvisse mais falar de voce, eu achei que quando eu não te procurasse mais, eu achei que quando te visse tão indiferente, tão leve e tão livre disso, eu achei que passaria. Mas não passa nunca, e quase passa todos os dias.

Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas um acidente. Sofrer deixou de ser algo que eu não conseguisse controlar e virou apenas um pontinho na lembrança, um quase, incomodando em diversos momentos, ali, guardado, me fazendo lembrar a todo momento que aquilo é um resto, um quase não pontinho. Você já foi muito. Agora é um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranquila em nada, feliz em nada. Todos os dias eu quase te ligo, ou quase espero voce me ligar, eu quase tento ser leve e só perguntar como foi seu dia.

Eu quase consegui te amar realmente como voce era, quase! E é justamente por eu nunca ter conseguido ser inteira para voce, que meu fim de amor ideologico também não consegue ser inteiro. Eu quase não te quero mais, eu quase não te odeio, eu quse não penso em voce. Eu quase não sofro com sua presença ausente. Eu quase não me importo com nada disso. Voce quase não faz mais diferença na minha vida. Eu quase me entrego a outra pessoa. Eu quase não escrevo esse texto.

O grande problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é.