sábado, 3 de março de 2012

Sem você aqui..

Tanta coisa passou, e muito do novo chegou.
A mudança acontece todo dia, e você não está aqui para me aconselhar. Ficamos desamparados, todos, mas eu sinto um peso enorme nas costas, um peso na alma, que apesar de tudo nunca vai embora.
Não que eu não aceite o que a vida me reservou, mas chega uma hora que cansa de apenas seguir o que parece certo. Cansa de tentar ensinar a ser certo.
Talvez hoje eu seja um pontinho de quase nada no mundo.Talvez você seja menos que isso, mas pra mim você sempre foi o meu infinito de quase tudo. Seis anos já se foram, logo completam-se sete.. e a falta ainda bate quase todos os dias.
Saudade não deveria doer, mas doí. Doí muito mais pelo peso que deixou, doí pela falta de conhecimento, doí pela imposição de tudo que não me pertence, doí pelo que eu não procurei mas me achou.
Fui ensinada a não depender de ninguém, para sofrer ou para gozar, mas não fui ensinada a me desvencilhar da liberdade exigida inconsequentemente pela adolescência. Fui ensinada a não ostentar luxo, mas não fui ensinada a querer menos.
Ainda não cheguei a lugar nenhum do que havia planejado pra mim, não sai do lugar comum. Mas você não veio mais me visitar... faz falta.
E ainda tem esse peso todo que não me pertence, mas fica marcado como obrigação porque ninguém mais se importa. Controlar horários, notas, ir a reuniões, ouvir o que não mereço, desistir do que eu poderia chamar de profissão, não poder namorar (pq segundo sua mãe ninguém presta), contas que não são minhas. Ter que dedicar 90% do meu tempo ao que absolutamente não me pertencem, e ainda assim só ouvir que faço tudo errado.
Eu queria um lugar onde eu pudesse chamar de casa, como acontecia todas as vezes que eu voltava de viajem e você estava aqui me esperando, de braços abertos, com a mesa de café servida, com um sorriso de saudade.
Parece que junto com todo esse peso, vem a incompreensão das pessoas que mais amamos... junto com a sua falta, vem a sensação de vazio de tudo o que sempre me completou.

"É como se todos devessem escrever um livro antes de morrer. Mas as paginas já estão escritas, o livro está dentro daquele que lhe toca.

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